9 de abril de 2013

Brinquedo erótico não é 'consolo' e combate o sexo burocrático


A ideia de que quem frequenta sex shop são pessoas solitárias ficou no passado. A psicóloga Carla Zeglio, diretora do Instituto Paulista de Sexualidade, conta que percebe o aumento de interesse de seus pacientes por esses objetos. "As pessoas têm mais informação e passaram a falar mais sobre isso. Antes, sex shop era um local escuro, estranho, que gerava constrangimento. Hoje, as lojas são mais bacanas e é possível comprar pela internet", diz 
O uso de brinquedos eróticos cresce no Brasil a cada ano. Dados divulgados pela Abeme (Associação Brasileira de Empresas do Mercado Erótico) na quarta-feira (4) mostram que de 2011 para 2012 houve aumento de 15% nas vendas do setor.
 
Não dá para ignorar que outro responsável por turbinar as vendas desses produtos foi a literatura erótica, cujo maior representante é a trilogia "Cinquenta Tons de Cinza", da escritora britânica E.L. James. No último trimestre de 2012, a venda de brinquedos como máscaras, algemas e chicotes foi 35% maior em comparação ao restante do ano, segundo a Abeme.
 
Os livros trouxeram os brinquedos eróticos às rodas de conversa e se mostraram tão importantes para o mercado que foram tema de palestra da Erotika Fair –feira de produtos eróticos, que ocorre até 7 de abril em São Paulo– , e será assunto de uma mesa de debates de um encontro brasileiro de terapia de casais, em maio.

Só ou acompanhado

 
Os brinquedos eróticos são fundamentais para o sexo de boa qualidade, na visão dos terapeutas sexuais. Para eles, quanto mais lúdico é o encontro dos parceiros, melhor será a transa e maior o prazer.

"Muita gente vê o sexo como algo sério e obrigatório. Numa relação longa, a gente perde a disposição de estar com o outro: transa para ter filho, para bater cartão. O sexo mais divertido pode aumentar a frequência das relações sexuais e tornar o momento muito mais agradável", diz Carla Zeglio. 
 Esses objetos também contribuem para a saúde de seus usuários, de acordo com dois estudos realizados por pesquisadores da Universidade de Indiana, nos EUA, com 2.056 mulheres e 1.047 homens de 18 a 60 anos.

O trabalho constatou que as pessoas que usam vibradores a sós ou com os parceiros apresentam pontuação mais alta em testes que mediram níveis de lubrificação, orgasmo, função erétil e libido. Mulheres usuárias dos aparelhos visitam o ginecologista com mais frequência do que aquelas que não faz uso desses produtos".

Esses brinquedos possibilitam novas sensações e descobertas. "Ao usar sozinho, existe uma grande oportunidade de conhecer melhor o próprio corpo, o que certamente ajuda na qualidade da vida sexual da pessoa", explica a psicanalista Albangela Ceschin Machado, especialista em sexualidade humana pela Faculdade de Medicina da USP.
 
E não é só vibrador e pênis de borracha que podem aumentar o prazer. Uma calcinha diferente, um talco com sabor ou tintas comestíveis podem incrementar bastante a noite e aproximar o casal. "Às vezes, o produto nem precisa ser necessariamente erótico. Um lenço serve como venda ou cubos de gelo podem aumentar a sensibilidade e levar a sensações bem diferentes", diz Albangela.
 

OS MAIS VENDIDOS

1º Géis para sexo oral

2º Géis funcionais (com propriedades excitantes)

3º Géis para sexo anal

4º Anel peniano com vibrador

 Cosméticos térmicos (que esquentam e esfriam os genitais)

6º Massageadores femininos

 lingeries, fantasias e acessórios de fetiche
Dados foram fornecidos pela Abeme

Como escolher o brinquedo erótico

 
- Se o objeto será usado a dois, é melhor que o casal escolha junto;
 
- Evite adquirir muitos produtos de uma vez, para não se perder na hora do sexo;
 
- Sempre cheque o prazo de validade, principalmente dos itens comestíveis;
 
- Antes de usar, leia bem o manual de instruções;
 
- Duvide de itens de sex shops que prometem aumentar o pênis ou prolongar ereção.
 


Julliane Silveira
Do UOL

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